sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O Pulo da hora


Eu tava louco pra perguntar a mulher do lado que horas eram, então liguei meu rádio e ouvi o locutor dizendo distorcidamente -São extamente oito horas e dezessete minutos em São Paulo havia eu saído atrasado de casa, mas no meu atraso de sempre, toda manhã demoro-me com as mesmas coisas de acordar, tomar um banho e ligar no noticiário. Isso tudo faz com que eu perca novamente a hora que pretendia. Embora eu seja conhecido por atrasar e ser atrasado não me sinto bem por tal fama, tenho calafrios e gastrite quando passo da hora, nàuseas, e outras sensações que não sei descrever. No meu trabalho eu sempre me desdobro para mostrar que meu serviço cobre meu cartão de ponto defasado, mesmo que eu não queira o atraso nasceu comigo, minto, nasci de sete meses e essa foi a última vez que cheguei antes da hora. A hora é uma unidade de medida que tem por base a rotação e as dimensões da terra, só não está em sintonia com meu corpo, nunca estou na hora certa e no lugar certo. Na última semana fui drástico com ela e comigo, adiantei meu relógio em dez minutos, e para fazer isso valer eu precisei de 3 dias de treinamento e adaptação até acreditar que a minha hora adiantada era a hora real de Brasilia. Isso fazia todo sentido pra mim e realmente reduzi meus atrasos, até quando passei involuntariamente a acreditar que esses dez minutos são na verdade créditos, ai foi tudo por agua a baixo. Os relógios no verão ficam adiantados em uma hora e esse é outro problema, aliás o relógio é um problema, como diz o Zero "A hora foi feita pra amarrar o ser humano" eu concordo me lembrando do Noel. Como vou pagar agora, tudo que eu comprei a prazo se ando com um mês de atraso?. Se tempo é dinheiro então vou fazer hora! o tempo, a hora, o relógio que horas são? ai meu deus, meu deus. Deixa eu ir lá pois já tô atrasado!



Obrigado a tarde o que você lerà a noite!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A carne mais barata do mercado é a carne negra



Feliz 20 de novembro! não importa que hoje seja 21, eu quero te saudar pelo 20 de novembro. Você branco ou preto, ou quase branco, ou quase preto, lembra dessa? Nós, de movimentos, de trópicalias e de tropicalismos, enfrentamos tanta batalha para um dia de consciência, um único dia que paramos para refletir, para cantar, para louvar alguém ou algo, para lembrar de ter mais orgulho de ser um povo, e foi o que fizemos ontem... Praça da Sé, Black Rio (por mais que de uns tempos pra cá estão mais para Black Sampa), Dj Gram Master Ney, um rapper e uma mulher negra de voz bonita que não me lembro o nome, além o grande cumpade Seu Jorge.
Espetaculos à parte o que mais me motivou foi a paz que aquele lugar brotava, os pretos dançam todo mundo igual né não Jr. Blaw??? muito boa a "vibe" daquele povo, muito bom, e eu não canso de dar glórias aos céus pelo dia de ontém, o do ano passado, lembra Bill??? ano retrasado foi o primeiro dia 20 da minha vida que eu senti que o Brasil estava mudando, curtimos esse dia ao lado do Rappin Hood, numa caminhada da Paulista até o ibirapuera... É galera, quem falava pelos pretos hoje sabe que a gente tem voz.



Paz a todos!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ela faz cinema...




Meus dias nunca são a mesma coisa fazem anos. Meus finais de semana são sempre estranhos e com gosto de não quero nunca mais, me incomodo com o trabalho, com a arte, com as pessoas em volta, até com as coisas que mais gosto de fazer eu tenho me irritado. Sàbado fiz algo realmente diferente, era minha primeira aparição no cinema e eu empolgado e cansado adorei aquilo tudo, fazia tempo que eu não curtia alguma coisa, que eu não me interessava tanto... fazia tempo... As cameras de cinema me lembram ela por algum motivo, ela faz cinema, e já foi cantada pelo velho Chico algumas vezes, tenho certeza que aquelas canções todas eram em nossa homenagem, e disso eu tenho muito gosto. Ela, aquela de quem sempre escrevo é também musa inspiradora do que faço, das manhãs que acordo e das noites que vou dormir, em suma não durmo, mas sempre acordo, o que vale é o pensamento nela. O motivo e a razão da minha existência circunstancial; Então o trabalho e a vida andam juntos nesse quesito, nas minhas coisas todas, nos meus gestos, no movimento de beber àgua ou de escovar os dentes. Quando saio cedo, quando chego tarde ela está, não me esperando, não me vendo, não me pertencendo e nem querendo me pertencer, ela está dentro de mim. Hoje amanheço calado, não por baixa autoestima e nem por falta do que falar, mas por que sinto a falta dela para me ouvir dizer, por que a vida é inimiga da felicidade e sempre nos afasta dela. E é por causa da sina, é por conta da odisséia, é por modo o enredo da minha estória cheia de episódios lúdicos, épicos, líricos e também tristes que não me permitem você, que não me permite mais que isso que tenho, que nem sequer me permite lutar. De onde vem o quereres?



Obrigado!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008


Sempre achei que a coisa mais depressiva do mundo é beber sózinho, acreditava sim que no dia que eu fosse a um bar desacompanhado me consieraria um alcóolatra, e quando chegasse a esse ponto estaria triste e sem amigos. Bom a vontade de ouvir Chico Buarque dá em mim e por essas coisas faço outras coisas, então estava lá a cantar suas modinhas numa sexta feira de chuva e a gritar taca pedra na Geni. Eu me encontrei naquele bar temático com discos na parede e autógrafo dele, de Francis entre outros, numa mesa com algumas capsulas de cevada vazias e maços de cigarros amassados sem assunto berrando alguns clássicos. Esta noite última de sexta no céu do Brasil, foi mágica e louca, as 3 e meia da manhã tinha apenas uma certeza, não chamarei um taxi, nem irei de metrô, caminhei até a Dr. Arnaldo e decidi vir andando... Andei por horas e cada vez que eu me aproximava surgiam novas ruas, avenidas longas, ladeiras ingrimes, sózinho a vagar pela Sumaré que agora dorme, onde só eu existia, ali, cantando uma serenata.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Capullo de Aleli

Lindo capullo de aleli, si tú supieras mi dolor correspondieras a mi amor y calmaras mi sufrir porque tú sabes que sin tí, la vida es nada para mí tú bien lo sabes, capullito de aleli.



Hoje eu não quero escrever, deixo o poema falar por mim
Hoje eu não tenho vontade, deixa a flor falar por mim
Hoje acordei sem querer, deixa o vento falar por mim
Hoje não tenho razão, deixa a chuva falar por mim
Hoje não quero dizer, deixa o amor falar por mim

Rodrigo Mendonça.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Comboio de corda


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente

È manhã e não faz sol. Não sei se escrevo ou se leio, não sei nem o que sinto, se é dor, se é medo ou se não é nada. Quem sabe eu também sonhava com manhãs sem sol, ou talvez eu nunca tivesse notado como o céu é estranho nesses dias. Eu que não sei o que é o amor sinto insistentemente presenças de coisa nenhuma e grito no meu eu o quão lírico é sentir. Agora não me resta nada, nenhuma fresta de porta refletindo brilho algum, a busca insessante por aqueles olhos e a agonia de ver de longe e sonhar. Sigo achando engraçado que a pinta que ela tem no canto esquerdo da boca fica no lado direito da minha boca, mesmo nunca tendo medido a distância. Sonhos, sonhos são.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.






terça-feira, 4 de novembro de 2008


Sempre tive pés comunistas e certa vez meu pai me chamou pelo nome. Obvio que me lembro até do timbre dele pois poucas vezes me dirigiu a palavra chamando pelo nome próprio, ele, meu pai, nunca conversava nem comigo tampouco com meus irmãos, e só chamava desse jeito quando notava ali um facho de inteligência. Eu com uns 11 para 12 anos ao chegar perto tomei um tapa no ouvido esquerdo que este ficou surdo por uns 15 segundos e isso tudo por ter pisado num maldito livro da constituição brasileira que deixara cair da cadeira e nem me interessei por apanhá-lo afinal de contas desde pequeno o leio e da minha estante é o único que quase não diz nada.

Me lembrei disso agora, não sei por que...