quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Brasil, Brasil - Desordem e Regresso

A gente sempre termina de assistir ou ouvir o horário político com a impressão de que a política brasileira virou várzea, candidatos que aproveitam sua fama para concorrer a cargos, filhos de artistas apresentados por seu pai, cantor falido, ex-jogador de futebol, pseudo-artistas, e outros personagens que não largam o osso das campanhas eleitorais em busca de um emprego, uma cadeira, um momento de exposição na TV.

O problema do Brasil por outro lado, fica claramente resolvido por parte dos “políticos profissionais”, um construiu dezenas de escolas, o outro fez grandes hospitais, belas estradas, casa popular, no entanto os dados e imagens apresentados por eles ficam só no mundo do faz de contas, num mundo perfeito, fazendo parecer em alguns momentos que vivemos num país ideal, veja bem, tem até candidato dizendo que aqui tudo mudou, que o Brasil é outro e a maior parte da população quer mais do mesmo.

O Brasil tem na floresta sua maior riqueza, não é o Pré Sal, não é a Petrobrás, é na Floresta Amazônica que está o maior patrimônio da nação, é o pulmão do mundo que está inserido em nossa geografia, e me parece que uma nação que possui uma floresta de tal representatividade tenha no mínimo uma política de combate ao desmatamento, a degradação e a poluição desse bem mundial, no entanto, só este ano teve 12,5 Mil incêndios florestais, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, são 148% a mais do que no ano inteiro de 2009! Em qualquer país que houvesse algo do tipo seria no mínimo natural que acontecesse uma mobilização nacional, uma política de combate, uma política de conscientização, este ano foi gasto mais de 30 Milhões em ações contra esses incêndios e mais 20 milhões serão gastos em combate contra as queimadas até que chegue a temporada de chuvas. Nós possuímos a maior e mais importante floresta do mundo e não temos sequer um plano que assegure a duração dela até pelo menos a próxima geração. Eu também não acho justo colocar neste caso a culpa só nos políticos, mas temos um Aerolula de US$ 56,7 milhões (R$ 170 milhões no câmbio da época) e não se encontra nenhuma frota de aviões tanque prontos para o combate aos incêndios na floresta atlântica e nos parques nacionais.

Na campanha política de 2010 a intenção de voto se foca nos mesmos, e os mesmos se valem de todo o tipo de ferramenta para confundir a opinião pública que só aqui é na verdade a “opinião publicada” se baseiam em pesquisas eleitoreiras feitas com 10% da população e que eu pelo menos não conheço e nunca tive contato algum com nenhum entrevistado. Os candidatos, sobretudo os presidenciáveis utilizam ferramentas inimagináveis, violam informações pessoais confiadas ao sigilo da Receita Federal da nação, e fazem parecer que a lei só serve para nós daqui de baixo, o presidente que se vê na situação de reeleição, por ter uma presidenciável fiel a suas ideologias, pede à instituição cautela nas investigações, “cautela” quer dizer aqui “empurrem com a barriga que estamos no meio da eleição”, enquanto ladrões de ninharias amargam julgamento, outros ficam quatro, cinco anos, ou mais, presos por ter seu processo arquivado, esquecido, perdido.

- A Receita é uma instituição de muita credibilidade. Não vamos dizer que a Receita perdeu a credibilidade antes de a gente saber o que aconteceu. É importante a gente não precipitar a desconsideração a uma instituição que tem se pautado pela seriedade, pelo sigilo e como se fosse um guardião de todos nós. – Diz Lula. Mas você e a torcida do flamengo está careca de saber que a Receita Federal não é tão séria assim, quantas vezes não vemos noticias de crimes envolvendo a receita? Colaboração com sonegação de impostos, atuação de acordo com interesses políticos como no caso de Dilma Rouself e as investigações das empresas da família do então presidente do senado José Sarney, só para citar algumas razões que me permitem dizer que o presidente Lula não tem razão quando julga a Receita Federal uma instituição confiável.

Embora tudo isso aconteça o brasileiro tem em si uma garra pertinente que lhes permite sonhar em ganhar na loteria e mudar de vida, a loteria federal que, aliás, também é uma “instituição séria” deixou claro nos resultados do dia 1 de setembro/10 a sua má fé com os apostadores, prestem bem atenção na seqüência de números sorteados: 03 - 07 - 09 - 10 - 31 - 34. A mega sena acumula 85 Milhões e se torna o 2° Maior premio da história, só quem não quer ver acredita em tal resultado, para quem quer ver é a maior prova de que se trata de mais uma fraude do estado contra o povo brasileiro.

Mudar a nossa situação é uma urgência nesse país e é também prevenção contra câncer.
Brasil, um país de tolos!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Olha, se dizem que os loucos falam sozinhos que dirão de mim se descobrirem que eu escrevo assim, ao vento. Aleatoriamente eu digo palavras pra mim mesmo, meus protestos, minhas sedes e minhas vontades mortas são só coisas externas, interno mesmo só essa e outras loucuras.
Eu sei que ninguém vai ler, e embora eu tenha passado um tempo configurando esse blog bonitinho sei que não tenho e nem procuro leitores, nem apresento a pretensão de compartilhar isso com outrem, nem aparento seriedade nesse trabalho.
Esqueço de quando em quando a senha dessa página, e no tempo que meus amigos liam eu fiz questão de enlouquecer com isso e parar de escrever aqui, essa e outras loucuras ficam o tempo todo na minha cabeça, sabe o que eu queria mesmo? era me enterrar, tô cheio disso aqui.
Tô cheio.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Virada Cultural sob o olhar do POMBO


Por Marcelo Kurts

Bão dia povo pobre da periferia, eu sou o pombo.

Lembram de quando eu fazia aquela propoaganda na TV e uma estatal brasileira que hoje pertence aos gringos ?
Pois é... estou desempregado, fiz faculdade de História, atuei na área pública da educação, mas por conta de uma política de exlclusão contra os professores fiquei de fora esse ano.

Mas !!! "Se nós que é pombo não conta, quem vai contar né" ?

Ontem teve a tal VIRADA CULTURAL na capital "NEGRA e NORDESTINA" de SP.
Uma festa grande com o objetivo de promover cultura para todos os cidadãos que vivem em SP. Mas que tipo de cultura ? A cultura da exclusão ?
Vários palcos, várias atividades e vários interesses políticos por trás de cada ação. Tem um tal de movimento HIP HOP que não foi inserido nessa ação cultural.

Como Pombo que sou, sobrevoei todos os locais para ver se encontrava algo relacionado a esse movimento e nada pude constatar. O que vi foram pessoas drogadas, bêbadas, lixo espalhados por todos os cantos, cheiro insuportável de urinas e fezes nas ruas, sem contar a maconha livre no palco de REGGAE. Você pode me questionar sobre o que tenho contra a Maryjuana, não tenho nada contra, mas também não tenho nada a favor, fede mais que o pombo.

Ano retrasado na Virada Cultural, pra cada Pombo encarcerado no palco de Hip Hop do Parque D. Pedro tinha dois ou três rato cinza ou periquitos da prefeitura dando geral e humilhando nós pombos, mas o mais estranho é que ontem no palco de REGGAE não tinha um rato cinza sequer pra coibir o uso em excesso de Maryjuana.

O mais estranho é que nós pombos somos os sujos tidos como praga voadora, mas somos nós os pombo que olhamos tudo lá de cima e "se nós que é pombo não contar as coisas quem vai contar né" ?
Fiz um pouso na Santa Efigênia e vi alguns DJs ditos de Black Music tocando só o lixo americano de New York, esse local era um palquinho simples voltado para a música de "URUBUS" (como assim nós pombos somos chamados pelos homens ricos que se dizem civilizados). Mas o engraçado é que HIP HOP mesmo não tinha, por que será ?
Acho que é por que o Hip Hop é uma cultura de pombo que não fica parado vendo as coisas sem se manifestar, "se nós que é pombo não conta, quem vai contar" ?

Por mais discriminados que sejam pela sociedade os Pavões e Peruas (ASSIM DISCRIMINADOS PELOS MACHÕES) da ala GLBTS eram os mais organizados, lá não tinha fedor e nem pessoas loucas pelo abusivo de bebida e baseado, só tinha pavão com pavão e perua com perua, mas isso é mais que normal em minha visão e nós enquanto pombos politizados não devemos excluí-los, pois nossa meta é o fim da desigualdade e exclusão.

O Hip Hop é excluído pelo novo sanguinário Adolph Hitler do executivo paulistano (Kassab), mas as verbas de 300 mil reais destinadas ao movimento Hip Hop na cidade de SP que é projeto de lei está sendo usada para outras ações, por que será ?
Cadê os pombos que não se manifestam reivindicando explicações ? Não adianta só o FÓRUM PAULISTANO de HIP HOP bater de frente. Pelo que entendo o Hip Hop é uma nação e uma andorinha só não faz verão.

Pude perceber também muitas ovelhas tentando levar a palavra de DEUS aos folíões, mas de nada adiantando.

Bom caros colegas só tenho a pedir desculpas por escrever sobre essa tal EXCLUSÃO CULTURAL, pois sou um simples POMBO visto como praga dentro de uma sociedade hipócrita e sensacionalista. Mas deixa pra lá.. Se nós que é pombo não conta, ninguém nunca vai contar.
Vou bater asas e procurar outro local pra soltar minhas "cagadas aéreas" em forma de TEXTOS críticos a essa sociedade mais podre que nós pombos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Flor do Lácio, Sambodromo

Tô com mania de escrever carta, não sei por que e nem pra quem. Talvez este desejo seja mais para ser escutado do que propriamente o de falar alguma coisa. Escrevo para alguém, sempre uma morena de cabelos lisos, olhos brilhantes e andar leve, e eu acho que nem exista ou talvez nem seja mulher, escrevo a esmo e não publico, escrevo muito e até me canso, escrevo o meio o fim o torvo, escrevo como quem quer gritar a alguém, como quem quer berrar calado, ou talvez nem ser ouvido, escrevo como quem está desesperado, exasperado, inesperado. Escrevo como se fosse a última vez, como uma alma desconfortável dentro de um corpo bem menor ou até mesmo como se não fosse nada. Escrevo, é o que me resta, é o que eu tenho e é o melhor que eu faço, rabisco letras que se juntam e criam formas, e depois de feito eu mesmo me contradigo escrevendo mais em sentido oposto. Eu gosto do latim, gosto de flor do Lácio e Sambódromo eu gosto da língua.

Escrevendo eu sigo como quem rabisca no braço, pois escrevo no corpo, na vida, na história para que me perca. Como quem escreve torto por linhas retas.

Elementar meu caro Rouanet

Tenho dito a algum tempo sobre os novos rumos da cultura brasileira, desde que o independente passou a mover seus próprios meios, ou seja, andar com as próprias pernas tornou-se o segredo do sucesso. A sede de cultura do nosso país e a falta de planejamento cultural para os mais abastados não foram com certeza os achaques para que Sérgio Paulo Rouanet ministro da cultura do governo Fernando Color criasse a então Lei de Incentivo Cultural Rouanet que prevê o estímulo de empresas e indivíduos que pretendem financiar projetos culturais, tendo em vista a redução do imposto de renda de 60 a 100% do valor investido. Os projetos desde espetáculos, livros ou discos de bandas foram se tornando fundamentais para que o independente surgisse, talvez esse seja o principal ponto para o fim da exploração que as editoras e as gravadoras mantinham, mas é claro que esse foi o inicio do por mim denominado Assistencialismo Cultural, onde os produtores e as empresas dependem da lei como forma de repasse da verba, com o único objetivo de abatimento dos impostos. Este abatimento, de acordo com os projetos que as empresas financiarem, na reforma da lei, o governo não quer que as empresas escolham os projetos que desejam patrocinar, e isso é uma grande contradição e um erro abrupto. O mais intrigante é que esses projetos já não são mais qualquer um desde que cultural, a literatura, por exemplo, não é sequer comentada na nova Rouanet e o único incentivo à literatura é o “Vale-Cultura” como um vale alimentação para a compra de livros, discos e ingressos de espetáculos. Embora o choque só veio ao perceber que ninguém tenha tocado no assunto nem nas discussões do ministro Juca Ferreira e nem as pessoas que escrevem diariamente no site do MinC, a palavra Literatura não é sequer comentada quando escrita na busca Ctrl+F. A literatura passa a ser excluída do vocabulário da cultura nacional até por que um país não é mais feito com homens e livros como dizia Monteiro Lobato. É por isso que temos mais discotecas que bibliotecas segundo o português Valete. Para bom entendedor, um pingo é um pingo e pronto!


Rodrigo Mendonça

quarta-feira, 11 de março de 2009

Tijolo por tijolo!

com saudades do Chico Buarque...
era meu amigo das noites sombrias, do vinho, da bebedeira e da solidão; Solidão a dois sabe?. Só o Chico me entendia, sabia o que dizer, o que cantar, o que calar. Penso que eu não seria quem eu sou se não fosse por ele, ele quem me ensinou a amar as mulheres erradas com convicção de que isso é o certo. Agora, eu sinto saudades. Não das mulheres erradas, mas dele. Francisco é de Holanda, de Cuba, da Hungria, de Barra do Mendes, ele é de qualquer lugar. Tomara que ele entenda que meu sumiço se deve a todo esse coditiano louco em que me inseri, de trabalhos infinitos durante todas as horas do dia, tenho pouco tempo pra ele agora, quase nulo, veja lá pra mim.
Prometo que em breve organizo tudo isso, deixo o Marx guardado, levo o Lenin pra onde o encontrei, deixo a Elis no armário sento naquele velho sofá e escuto novamente todos os 42 discos que você gravou pra mim.


"... Amando noites afora
Fazendo a cama sobre os jornais
Um pouco jogados fora
Um pouco sábios demais
Esparramados no mundo
Molhamos o mundo com delícias
As nossas peles retintas
De notícias..."


Saudades.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Zoé


E agora meu mundo tem razão.

O meu sumiço tem motivos, e os meus motivos tem razão. A vida da gente é tão corrida que a Renata ficou grávida a Zoé nasceu e eu nem consegui escrever aqui. Como todo esse processo de engravidar, se preparar, ir as compras em lojas de bebês e pintar o berço tivesse durado um mês, mas o dia que a Renata foi pro hospital, foi pra sala do pré parto e depois para a sala de cirurgia deve ter durado na minha cabeça uns 5 mil anos luz. Tanto que nem me lembro se almocei naquele dia, acho que não. Falei com umas 400 pessoas no celular, é naquele dia eu atendi o celular. Deixei de trabalhar por cinco dias e ela fez 26 dias hoje e só agora eu venho aqui, não por ter esquecido.

Ah... no dia que fui registra-la tive que assinar que o nome era assim por minha escolha e a responsabilidade era minha (risos) ela se chama Zoé.

Um filho é uma coisa que eu nem sei explicar como dizia o poetinha camarada "melhor não tê-los, mas se não temos, como sabê-los?"

aliás... vou deixar o saudoso e nobre poetinha falar por mim.

Poema Enjoadinho

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinicios poetinha.

Salve e vida a geração de depois de amanhã.