sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Zoé


E agora meu mundo tem razão.

O meu sumiço tem motivos, e os meus motivos tem razão. A vida da gente é tão corrida que a Renata ficou grávida a Zoé nasceu e eu nem consegui escrever aqui. Como todo esse processo de engravidar, se preparar, ir as compras em lojas de bebês e pintar o berço tivesse durado um mês, mas o dia que a Renata foi pro hospital, foi pra sala do pré parto e depois para a sala de cirurgia deve ter durado na minha cabeça uns 5 mil anos luz. Tanto que nem me lembro se almocei naquele dia, acho que não. Falei com umas 400 pessoas no celular, é naquele dia eu atendi o celular. Deixei de trabalhar por cinco dias e ela fez 26 dias hoje e só agora eu venho aqui, não por ter esquecido.

Ah... no dia que fui registra-la tive que assinar que o nome era assim por minha escolha e a responsabilidade era minha (risos) ela se chama Zoé.

Um filho é uma coisa que eu nem sei explicar como dizia o poetinha camarada "melhor não tê-los, mas se não temos, como sabê-los?"

aliás... vou deixar o saudoso e nobre poetinha falar por mim.

Poema Enjoadinho

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinicios poetinha.

Salve e vida a geração de depois de amanhã.